A música eletrônica
Não é necessário que o compositor tenha algum dom ou alguma vivência no campo musical, pois hoje os programas de computador são criados justamente para tornar mais acessível o processo criativo.
A composição eletrônica nasceu no âmago da música erudita, na sua vertente mais subversiva, depois evoluiu para o âmbito da música popular, a princípio conjugada ao rock, depois passando a constituir gênero musical específico, ligado principalmente à modalidade dançante, como o techno, acid, house, trance e drum’n’bass, que tiveram sua fonte no estilo disco de fins dos anos 70.
A princípio discriminada por sua face tecnológica preponderar sobre a estética, que se desenvolveu mais lentamente, a música eletrônica ganhou mais espaço somente depois do final da Segunda Guerra Mundial, graças à atuação dos franceses na música concreta e dos alemães na chamada Elektronische Musik. A vertente francesa perdurou até os anos 60, pois a tecnologia ainda não se democratizara o suficiente. Aos poucos, porém, o empenho em aprimorar este gênero levou à produção do primeiro sintetizador pessoal.
Em meados desta década, Stockhausen produziu Mikrophonie I para ser tocada em tam-tam, microfones de mão, filtros e potenciômetros. Os primeiros equipamentos ainda não eram muito confiáveis, mas ainda assim Keith Emerson, do grupo Emerson Lake and Palmer, passou a utilizá-los em suas turnês. O instrumento eletrônico conhecido como teremim, nada fácil de ser tocado, foi adotado pelos The Beach Boys, enquanto o mellotron foi executado pelos The Beatles em Strawberry Fields Forever.
À medida que os sintetizadores se tornaram mais acessíveis, com seus preços reduzidos, diversos conjuntos de rock passaram a utilizá-los, como The Silver Apples e Pink Floyd, que se valeram destes instrumentos para substituir o uso do órgão. Nos anos 70 a música eletrônica foi subvertida pela atuação da genial banda alemã Kraftwerk, que associou a tecnologia disponível à recente robótica, representando desta forma a crescente alienação do mundo contemporâneo, principalmente no que se refere à interação do Homem com as máquinas.
Outros grupos atuais também unem o rock às composições eletrônicas, tais como o Tangerine Dream, Can, Neu! e Popol Vuh.